A equipe da Cobrape finalizou a etapa de visitas de reconhecimento às comunidades rurais e quilombolas e aldeias indígenas na Bacia do Rio São Francisco, no último mês de julho. A próxima fase é o cadastramento dos domicílios a serem atendidos e, por último, serão elaborados projetos individuais de esgotamento sanitário. As soluções serão propostas conforme a matriz tecnológica do Programa Saneamento Brasil Rural, respeitando as características e particularidades locais.
A ação faz parte do trabalho da Cobrape, contratada pela Agência Peixe Vivo, para elaborar projetos básicos e executivos para coleta, tratamento e destinação de esgoto doméstico na região. O contrato, com duração prevista de 12 meses, visa contribuir para o alcance das metas de universalização do acesso aos serviços de esgotamento, contemplando cerca de 800 famílias.
Ao todo, seis comunidades rurais serão beneficiadas neste lote: Serra dos Morgados, no município do Jaguari, e Barreiras, em Pedro Alexandre, ambos na Bahia; e Quilombo Mumbaça, em Traipu, Baixio do Tamanduá, em Santana do Ipanema, Aldeia Jeripankó, em Pariconha, e Aldeia Koiupanká, em Inhapi, todos em Alagoas.
A Bacia do Rio São Francisco possui área total de 639.219,4 km2, sendo que: 62,5% dessa área localiza-se na região Nordeste do Brasil; 36,8%, na região Sudeste; e 0,7%, na região Centro-Oeste. A bacia abrange os estados de Goiás (e o Distrito Federal), Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Minas Gerais.
Pela sua extensão, apresenta grande diversidade de cenários relacionados à sua população, atividades econômicas desenvolvidas e ocupação territorial. Um dos principais problemas enfrentados é o lançamento de esgoto em córregos, riachos e rios da bacia como uma das causas da degradação de mananciais para abastecimento humano, provocando impactos ao meio ambiente e à saúde. Tal situação abrange toda a bacia, com destaque para áreas rurais que, em sua maioria, não são atendidas por prestadores de serviço. Estes locais muitas vezes possuem sistemas de tratamento e/ou disposição final de efluentes construídos pelos próprios proprietários sem conhecimento técnico e sem estruturas adequadas para o bom funcionamento.