As intervenções abrangem 4.104 ligações a serem regularizadas ou ativadas em duas comunidades na zona sul da capital paulista
As perdas econômicas e ambientais decorrentes de ligações de água irregulares, furtos e vazamentos causados por conexões precárias às redes distribuidoras são um dos grandes problemas que afetam o sistema de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, em particular em regiões periféricas, onde proliferam as ocupações precárias. Para fazer frente a esse problema, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp começa a pôr em prática um plano de ações para redução de perdas dirigido a áreas de alta vulnerabilidade social.
A área de atuação escolhida inicialmente são as comunidades Alba e Dersa, localizadas na periferia da zona sul da capital paulista, onde foram mapeadas 4.104 ligações de água, das quais 2.400 ligações irregulares, 1.454 ligações inativas e 250 ligações com consumo zero. A Unidade de Negócio Sul da Sabesp, responsável pelo Plano, tem como meta recuperar 47.853 m3/mês de volume micromedido de água por meio de ações de regularização e ativação dessas ligações, supressão de infraestrutura irregular e recuperação de clientes.
O Plano começou a ser executado em janeiro por uma equipe multidisciplinar de técnicos da Cobrape, coordenada pelo engenheiro Ramon Velloso de Oliveira, especialista em programas de uso racional da água e de controle de perdas com mais de quinze anos de experiência. A Cobrape foi contratada pela Sabesp para a realização dos serviços na modalidade de “contrato de performance”, mediante o qual o agente privado é remunerado não apenas pela entrega dos serviços, mas também pelo cumprimento das metas estabelecidas.
Etapas do Plano
O Plano para redução de perdas nas comunidades Alba e Dersa foi organizado em quatro etapas – comunicação e apoio, comercial, operacional e monitoramento – e compreende ações sociais com foco em educação ambiental, regularização de ligações inativas, regularização de ligações com consumo zero, execução de ligações novas para regularização, instalação de caixas UMA (unidade de medição de água), assentamento de redes para fins de regularização, instalação de válvulas, interligação de redes e acompanhamento de consumo.
Na comunidade Dersa, formada por cerca de 260 moradias, a previsão é que até outubro todas as ligações já estejam regularizadas e/ou ativadas – dois meses antes do prazo previsto de doze meses no contrato com a Sabesp para alcançar a meta estabelecida para essa área.
Os trabalhos na comunidade foram iniciados em janeiro, com a aproximação com o líder local e a distribuição de material de divulgação do Plano da Sabesp. No final do mês, foi realizada uma reunião pública, que contou com cerca de 150 participantes, para informar os moradores sobre os benefícios da ligação domiciliar para a saúde das pessoas e a preservação dos recursos hídricos.
Os moradores foram informados também sobre os termos da adesão à rede oficial de distribuição de água. A Sabesp arca com todos os custos para a implantação da infraestrutura e para o registro do imóvel no cadastro da empresa, e os moradores assumem o pagamento de uma tarifa social de 7 reais para um consumo de até 10 m3/mês, quando não possuir ligação oficial de esgoto.
Atualmente, a equipe da Cobrape elabora os projetos de obras, que devem começar em março, com base nas informações obtidas no trabalho de campo, como mapeamento dos imóveis e vielas, definição dos locais de instalação das UMAs, dimensionamento e posicionamento da rede.
Desde fevereiro, o mesmo trabalho começa a ser realizado nas diversas ocupações que formam a comunidade Alba. Os contatos com lideranças de cada uma delas e o trabalho de mobilização dos moradores foram iniciados, assim como as pesquisas de campo e a convocação para reuniões públicas para esclarecimentos.
Monitoramento
O contrato de performance firmado com a Sabesp prevê que ao final do primeiro ano de contrato esteja cumprida a meta de 2.400 ligações regularizadas, 1.454 ligações ativadas e 250 ligações consumindo, com a recuperação de 47.853 m3/mês, denominada Meta Aumento VM (volume micromedido mensal apurado nas ligações regularizadas, inativas e consumo zero), e a geração de novos 2.400 RGIs (Registro Geral do Imóvel, número que identifica uma ligação/imóvel na Sabesp).
Os serviços de monitoramento, a serem realizados nos meses subsequentes, consistem um trabalho de campo sistemático de manutenção preventiva e/ou corretiva da rede, com base em informações obtidas através do acompanhamento via sistemas Sabesp, para assegurar a efetividade das ações realizadas. Os itens mínimos a serem contemplados nessa etapa são: acompanhamento do consumo mensal; qualidade da instalação do medidor; qualidade do cadastro; combate a vazamentos; combate a irregularidades na ligação e/ou hidrômetro; e combate ao consumo clandestino.
