Consultor da Cobrape e diretor de Saneamento Básico da entidade foi moderador do evento

Temendo que a escassez hídrica comprometa a produção nas unidades fabris, a Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo promoveu, no último dia 13 de maio, em sua sede na Avenida Paulista,  o workshop Água de Reúso. Coube ao consultor da Cobrape, engenheiro João Jorge Costa, o papel de moderador. Costa, que também é diretor da Divisão de Saneamento Básico da Fiesp, teve ao seu lado na mesa José Carlos Mierzwa, professor da USP, Marcos Assebur,  presidente da Aquapolo, Renata Gasperi, coordenadora da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento de Campinas – Sanasa, e o engenheiro Sergio Ribeiro,  da Koch Membrane Systems, responsável por fornecer membranas para tratamento de águas nas empresas.

Para Costa, “esgotos são os novos mananciais." Ou seja, o reúso da água pode influenciar e modificar a definição de sistema de esgoto, especialmente na indústria. O ponto nevrálgico para a reutilização da água é seu tratamento, por meio de membranas filtrantes utilizadas nas estações destinadas a esse fim. O objetivo do encontro foi expor o papel fundamental que a água reciclada tem no planejamento e na gestão sustentável dos recursos hídricos. Os especialistas afirmaram que o País possui tecnologia para produzir água segura com a devida certificação.

Foram discutidos no workshop os sistemas de tratamento de esgotos da Aquapolo, da Sanasa e como é realizada a distribuição de água tratada para as indústrias da região do ABC Paulista e Campinas. Também foram abordadas as questões da utilização de água de reúso para consumo humano e os desafios em infraestrutura e esclarecimento dos consumidores. Segundo Mierzwa, “a prática de reúso pode complementar as ações de combate à crise hídrica.” O professor destacou o papel das inovações tecnológicas como aliadas.

Plano

Costa foi coordenador do Plano Diretor de Aproveitamento de Recursos Hídricos para a Macrometrópole Paulista, entregue pela Cobrape ao governo do Estado de São Paulo em 2013. Trata-se do mais amplo estudo já realizado sobre balanço hídrico relacionado a uma área aproximada de 52 mil quilômetros quadrados e população superior a 30,8 milhões de habitantes distribuídos em 180 municípios. O Plano Diretor indica alternativas técnicas para a expansão da oferta de água na região, incluindo o dimensionamento dos investimentos necessários. Várias das soluções que estão sendo postas em prática hoje foram detalhadas no Plano.