Construídos há décadas, mas nunca alvos de estudos sobre como poderiam melhor servir as populações vizinhas, 11 reservatórios estratégicos para as regiões Agreste e Sertão, enfim, passarão por um diagnóstico técnico e econômico. A Secretaria de Recursos Hídricos e Energéticos contratou, por 1,6 milhão, o consórcio formado pela paulista Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos (Cobrape) e a americana Aecom, para, em um ano, entregar um plano de uso das águas para até 2036.

No grupo de reservatórios que serão analisados estão desde o maior manancial do Estado, Poçoo da Cruz, em Ibimirim, Sertão do Moxotó; até Entremontes, em Parnamirim, Sertão Central, açude programado para receber águas da transposição do Rio São Francisco - quando, segundo o governo federal - estiverem concluídas as obras em dezembro de 2015.

"Queremos olhar os reservatórios de outra forma", comentou o secretário de Recursos Hídricos e Energéticos, Almir Cirilo. Se o trabalho não estava concluído antes da atual grande estiagem, a maior dos últimos 50 anos e que perdura desde 2011, agora com menor intensidade, ao menos espera-se que prepare os mananciais para a transposição. "Será outro patamar de disponibilidade", reforçou.

"Estamos cobrando, indo atrás. Não conseguimos no passado. Não houve afinação enre os governos e os projetos não avançaram. Agora há um horizonte concreto para ativar o potencial hídrico", acrescentou Cirilo.

O coordenador de projetos da Cobrape, José Antõnio Oliveira de Jesus, explicou que a primeira etapa do trabalho consistirá em um diagnóstico da estrutura física, dos níveis e da qualidade das águas dos reservatórios. Em seguida, haverá levantamentos locais sobre o perfil das economias impactadas pelos mananciais para construção da melhor proposta de uso hídrico. Podem surgir desde propostas de novos perímetros irrigados, até indicação de uma barragem para criação de peixes.

"Iremos trabalhar com a realidade regional, costrura com plano estaduais e estudo nacionais e propor alternativas de operação", sustentou. A parceria com a americana Aecom visa ampliar a troca de conhecimentos e experiências internacionais.

O estudo, batizado de Plano de Aproveitamento da Infraestrtura Hídrica do Semiárido, faz parte do Programa de Sustentabilidade Hídrica, financiado por US$ 190 milhões do Banco Mundial e com prazo de execução entre 2010 e 2015.

A licitação foi concluída em novembro de 2012 e previa um valor global de 1,93 milhão. A instituição financeira cobrou revisões em algumas metas e, em um processo de negociação de quase um ano, chegou-se ao novo valor.