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Jornada da Habitação tem início no Jardim São Francisco
  
14/03/2012

Mesa de abertura da Jornada da Habitação no Jd. São Francisco

Barracas de produtos produzidos pelos moradores do Jardim São Francisco

O secretaria Ricardo Leite e a liderança comunitária Carminha abrem a exposição sobre a urbanização da comunidade

  • Mesa de abertura da Jornada da Habitação no Jd. São Francisco
  • Barracas de produtos produzidos pelos moradores do Jardim São Francisco
  • O secretaria Ricardo Leite e a liderança comunitária Carminha abrem a exposição sobre a urbanização da comunidade

A Jornada da Habitação, também conhecida por São Paulo Calling, iniciou-se pelo Jardim São Francisco. Terceiro maior assentamento informal da cidade, a comunidade está localizada no extremo leste da capital e possui aproximadamente 30 mil habitantes.


O objetivo do projeto, desenvolvido pela SEHAB e sob curadoria do arquiteto italiano Stefano Boeri, é estabelecer um intercâmbio de experiências e propor discussões acerca das políticas habitacionais desenvolvidas por diversas cidades do mundo. Para que isto ocorra, a Jornada da Habitação se estenderá pelos meses de janeiro e junho deste ano pelos bairros do Jardim São Francisco, Cantinho do Céu, Bamburral, Heliópolis, Paraisópolis e Centro.


Técnicos de diversas partes do mundo analisarão as características, semelhanças e diferenças entre os assentamentos informais destes seis bairros paulistanos e de outros localizados nas cidades de Roma, Nairóbi, Medellín, Mumbai, Moscou e Bagdá. Para tanto, os envolvidos no projeto partem do pressuposto, exposto em um manifesto, de cada favela possui características pré-existentes de urbanização que devem ser levadas em conta em um plano de habitação, assim como as redes de relações e os esforços coletivos empreendidos por seus habitantes.


Metropoliz e São Francisco


Iniciando pelo bairro da zona leste, a Jornada buscou comparar este ao Metropoliz, ocupação de moradia localizada em Roma, na Itália. Considerado um condomínio mestiço por abrigar há três anos 200 pessoas provenientes da África, América do Sul, Leste Europeu e de uma comunidade de ciganos romenos, seus moradores buscam o direito à cidade por meio de uma rede de apoio formada por ONGs, associações de bairros e universidades.


Enquanto os habitantes da ocupação italiana lutam pela recuperação de prédios desativados como alternativa de moradia, pela renda fundiária e pela condenação das políticas de formação de guetos, a exemplo dos ciganos discriminados em toda Europa, os moradores do Jardim São Francisco sempre buscaram o reconhecimento deste como um bairro integrado à cidade de São Paulo.

Esta foi a visão externada pelas lideranças comunitárias presentes na mesa de abertura do evento, realizado no Posto de Orientação Socioambiental e Geração de Renda (POSAGRE) no último dia 28 de janeiro. Também estiveram presentes o Secretário de Habitação Ricardo Leite, a Superintendente de Habitação Popular (HABI) Elisabete França, o diretor de HABI-Leste Felinto Fonseca e profissionais italianos que chegaram a São Francisco três semanas antes.


Após esta mesa, os presentes puderam visitar uma exposição sobre a trajetória da urbanização no bairro. Montada em outro espaço do POSAGRE, em frente ao auditório onde ocorreu a abertura do evento, este contou vídeos e imagens.


Em outro ponto do Jardim São Francisco um palco foi montado para apresentações de grupos musicais da região. Em seu entorno barracas comercializaram produtos diversos, desde comida a materiais feitos em garrafa pet e afins, buscando resgatar a cultura e as relações estabelecidas no local.

Organizadas pelo gerenciamento social da área, cuja executora é a COBRAPE, estas barracas congregaram o resultado em forma de produtos de práticas aprendidas em oficinas. Desenvolvidos pela equipe social, muitas vezes em parceria com instituições privadas e secretarias diversas, estes cursos buscam atender a dois eixos fundamentais do Programa de Urbanização de Favelas: geração de trabalho e renda e conscientização ambiental.

Durante a Jornada, os moradores dispostos pelas barracas puderam comercializar objetos de decoração feitos a partir de garrafas pet, pintura em azulejos, fuxico e outros; bolos, geléias e suco feitos a partir de cascas de frutas; e sabonetes feitos com óleo de cozinha reaproveitado.

A universalização das boas práticas


Outras atividades ocorreram durante os dias 28 e 29 de janeiro envolvendo moradores do bairro, visitantes, estudantes de arquitetura de São Paulo e técnicos de diversas áreas e países. Um importante debate se deu entre os arquitetos Matias e Rael, de Mumbai, Stefano e Elisabete, tendo como mediador o editor da revista Domus, Joseph Grima.

Com o tema “Urbanização e assentamentos informais – o Manifesto”, os participantes mais uma vez enfatizaram a importância de se levar em conta as peculiaridades de cada assentamento informal em um projeto de habitação. E que não privilegie apenas a construção de novas moradias, mas a integração da favela à cidade, por meio do incremento da acessibilidade e superação de déficits relacionados à infraestrutura, equipamentos e serviços.

Conforme exposto por Elisabete em um texto sobre o projeto, criar uma rede de experiências bem sucedidas em urbanização de assentamentos informais, como deseja a Jornada da Habitação, é um caminho para universalização de boas práticas.


Finalizando o estudo de caso do bairro, na sexta-feira, 2 de março, ocorreu o lançamento do livro “Jardim São Francisco – Projeto Global de Urbanização” no conjunto Promorar Rio Claro. Com depoimentos de moradores, profissionais atuantes na área e inúmeras imagens, o livro da série “Novos Bairros de São Paulo” expôs a trajetória da urbanização do local desde a sua origem até os dias de hoje.

 
 
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