Em setembro, Metrô e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) anunciaram seus novos recordes de passageiros transportados em um único dia – 2,5 milhões de trem e 4,2 milhões de metrô. O mês ainda marcou a entrada do Programa de Investimentos nos Transportes Metropolitanos de São Paulo em seu segundo ano. Não se trata de coincidência – São Paulo vive um ciclo virtuoso no transporte metroferroviário, no qual a demanda provoca investimentos e os investimentos, realizados, acentuam a demanda.
As recém-inauguradas estações Luz e República da Linha 4-Amarela do Metrô, por exemplo, lotaram logo no primeiro dia de funcionamento em horário integral; o número de passageiros nessas estações aumentará de 260 mil para 500 mil usuários por dia até o final do ano, segundo estimativas da empresa. Os trens metropolitanos também vivem o fenômeno – não há uma linha sequer que não esteja em obras para atender à crescente demanda por trilhos, expandida em 30% nos últimos dez anos, conforme estudo sobre mobilidade urbana realizado pelo IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
Nesta história de progresso do modal metroferroviário, o Programa de Investimentos nos Transportes Metropolitanos de São Paulo, da Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM) do governo paulista, ocupa posição estratégica. O programa deverá, até o ano da Copa do Mundo no Brasil, equilibrar o jogo da demanda na Linha 9-Esmeralda da CPTM (Osasco-Grajaú) e ampliar a vantagem do Metrô em mais 11,5 quilômetros com o projeto de expansão da Linha 5-Lilás, destinado a ligar o Largo Treze à Chácara Klabin. As ações beneficiam moradores das zonas oeste, sudoeste e sul da cidade de São Paulo e também toda a rede metroferroviária metropolitana, devido à integração das linhas de trem e metrô.
O programa é financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e gerenciado pelo consórcio Cobrape/MWH. Ao todo, serão injetados US$ 241 milhões nos trilhos. A CPTM concentra a maior parte dos recursos, pois a modernização da Linha 9 envolve a aquisição de novos trens – oito no total; três já em circulação –, novos sistemas de sinalização, telecomunicações e suprimento de energia. No caso da Linha 5 do Metrô, o programa destina-se ao financiamento da elaboração dos projetos executivos de onze novas estações e do pátio de manutenção e estacionamento de trens Guido Caloi, na zona sul da Capital; as desapropriações necessárias à expansão da linha também estão sob responsabilidade do programa de investimentos e entram como contrapartida ao financiamento.
Gerenciamento
O Programa de Investimentos nos Transportes Metropolitanos de São Paulo incorpora cerca de vinte grandes contratos de aquisição de bens e serviços. Todos seguem as normas federais e estaduais de licitações, atendem aos regulamentos do BID e ainda são monitorados, supervisionados e avaliados de forma permanente, gerando uma série de operações financeiras, técnicas, administrativas, de planejamento e controle. A coordenação de todas estas operações é feita pela equipe de gerenciamento do programa.
Segundo o engenheiro Vitor Aly, coordenador do consórcio Cobrape/MWH, o gerenciamento permite que todas as informações do programa sejam agrupadas e tratadas de forma unificada. "Com uma metodologia e um sistema desenvolvidos especificamente para a STM, temos uma visão global e organizada de todos os contratos", afirma. Na equipe, trabalham profissionais de diversas áreas do conhecimento. São especialistas em temas ferroviários, metroviários, planejamento de transportes, economia e finanças, licitações, contabilidade, planejamento e controle.
Nesta etapa, com praticamente todas as contratações já realizadas, o gerenciamento se concentra nas atividades de monitoramento e avaliação do programa; supervisão dos fornecimentos e serviços; acompanhamento dos projetos e cumprimento das previsões de pagamento. As missões do BID para verificação do andamento do programa também são recebidas pela gerenciadora – já foram realizadas 11 missões do Banco, com a participação de especialistas em transportes e finanças.
Resultados
Com o Programa de Investimentos nos Transportes Metropolitanos de São Paulo a CPTM estima, na Linha 9, reduzir o tempo de espera entre trens no horário de pico de 6 para 4 minutos em 2012; aumentar a quantidade de passageiros transportados para até 450 mil por dia em 2014; reduzir o número de passageiros por metro quadrado de 8 para 6,3 em 2012; e garantir a regularidade do serviço em até 80%, em função da entrada em operação de 8 novos trens até 2012.
Para o Metrô, o programa garante os projetos e as desapropriações necessários para a expansão da Linha 5-Lilás, que ligará a Estação Largo Treze à Chácara Klabin com a integração na Estação Santa Cruz (Linha 1-Azul) e na Estação Chácara Klabin (Linha 2-Verde), além da integração em operação na Estação Santo Amaro (Linha 9-Esmeralda da CPTM). Serão construídas 11 estações ao longo de mais de 11,5 quilômetros de via a serem implantados: Adolfo Pinheiro, Alto da Boa Vista, Campo Belo, Ibirapuera, Moema, Servidor, Vila Clementino, Santa Cruz e Chácara Klabin.
Assessoria de Comunicação
fotos do Diário da CPTM
