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Reportagem Especial
Belo Horizonte usa Carta de Inundações para combater enchentes
  
Assessoria de Comunicação
20/01/2010

A sinalização orienta as pessoas nos dias de chuvas intensas. Locais das cerca de 1 mil placas que estão sendo instaladas na cidade foram determinados a partir da Carta de Inundações

  • A sinalização orienta as pessoas nos dias de chuvas intensas. Locais das cerca de 1 mil placas que estão sendo instaladas na cidade foram determinados a partir da Carta de Inundações

Em Belo Horizonte, as chuvas que inauguraram 2010 encontraram pela frente uma poderosa adversária. Com muita engenharia, a administração da capital mineira conseguiu minimizar os efeitos das precipitações que se acumularam nos primeiros dias do ano. 

A prefeitura criou um sistema de sinalização específico para o período das chuvas e mobilizou a população em núcleos de alerta nas áreas mais vulneráveis. Obras de drenagem, novas redes pluviais, bacias de detenção e a limpeza e tratamento dos córregos que cortam a cidade estão em curso. 

Um trabalho de planejamento iniciado em 2004 confere eficácia a esse conjunto de ações de enfrentamento das inundações. Por causa desse esforço anterior, os R$ 100 milhões que a prefeitura recebeu do PAC Drenagem - Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal têm destino certo. "Temos utilizado a Carta de Inundações de Belo Horizonte como um instrumento de planejamento; com ela, podemos priorizar os investimentos", afirma Ricardo Aroeira, coordenador do Núcleo de Execução de Projetos Especiais de Saneamento da prefeitura de Belo Horizonte. A cidade recebeu o anúncio dos recursos do PAC Drenagem no dia 2 de janeiro.

A Carta de Inundações citada por Aroeira foi desenvolvida pela Cobrape como parte do fortalecimento institucional do Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte - Programa Drenurbs. Financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, o Drenurbs foi considerado ambicioso e inovador por sua proposta de despoluir os cursos de água em leito natural de Belo Horizonte e devolvê-los à paisagem urbana com um efetivo controle de suas cheias.

“Um dos desafios do Drenurbs era o conhecimento aprofundado da problemática da drenagem nas bacias elementares de Belo Horizonte. A Cobrape foi, então, contratada para desenvolver os estudos de modelagem matemática hidrológica e hidráulica de toda a rede de macrodrenagem da cidade. Esses estudos foram o ponto de partida da Carta de Inundações”, explica o engenheiro civil Mitsuyoshi Takiishi, que integrou a equipe multidisciplinar da Cobrape responsável pelo contrato com a prefeitura.

Alerta

A Carta de Inundações foi entregue em janeiro de 2009. Um ano depois, sua importância se evidencia nas ruas de Belo Horizonte. A prefeitura está instalando cerca de mil placas de alerta pela cidade. Em cores chamativas - amarelo e vermelho - a sinalização é colocada nas áreas de inundação identificadas pelos estudos e também orienta os moradores sobre os procedimentos em casos de chuvas fortes. 

Outra ação preventiva planejada a partir das 82 manchas de inundação apontadas na Carta foi a criação dos Núcleos de Alerta de Chuva. Os NACs são grupos de cidadãos voluntários que receberam capacitação para atuar em conjunto com a Defesa Civil nos casos de chuvas fortes e inundações.

Segundo Ricardo Aroeira, os voluntários dos NACs acabaram de passar por um curso de treinamento e estão prontos para enfrentar as chuvas de verão. “Eles sabem como agir, conhecem as rotas de fugas das áreas e mantêm círculos de amigos que multiplicam informações. A prefeitura possui um canal direto de comunicação com esses núcleos, que são avisados sobre os alertas de chuvas. E também existe o caminho inverso - os núcleos informam a prefeitura sobre ocorrências em suas áreas”, explica.


Em Belo Horizonte já foram constituídos 37 NACs com cerca de 300 voluntários, todos localizados em regiões assinaladas na Carta de Inundações. Além de cumprir o seu papel como um instrumento de planejamento, a Carta também cumpre o seu objetivo de promover o diálogo entre a administração pública e o cidadão no combate às enchentes e na mitigação de seus efeitos.


Modelos matemáticos

O mapa das enchentes utilizado para o planejamento das obras e ações da prefeitura de Belo Horizonte é resultado de equações, cálculos, estimativas, probabilidades, algoritmos. Tudo isso combinado com parâmetros e variáveis como a declividade dos terrenos nas bacias, a velocidade do escoamento da água e muitos outros. São os modelos matemáticos que reúnem todo esse arsenal e os transformam em informações precisas para as atividades de planejamento. 

Mitsuyoshi Takiishi explica que os modelos de simulação hidrológica e hidráulica são capazes de mostrar os diferentes comportamentos das bacias em situações de precipitações máximas. “Nas simulações hidrológicas, por exemplo, conseguimos ‘fazer chover’ em vários pontos das bacias e, assim, projetar os seus parâmetros de vazão”, diz. 

Para se determinar a vazão de uma bacia, o modelo matemático leva em consideração os índices de áreas impermeáveis, o nível de infiltração do solo, o tipo de solo e os seus usos. Ferramentas auxiliares, como imagens de satélites, ajudam no processo de identificação e mensuração das parcelas permeáveis e impermeáveis das superfícies. Em Belo Horizonte, a Cobrape aplicou o Modelo Hidrológico CAbc, desenvolvido pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica e pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

A engenheira sanitarista e ambiental Jane Cristina Caparica Ferreira, que se dedica ao estudos de modelagem matemática e participou do trabalho realizado em Belo Horizonte, declara que uma das vantagens do modelo CAbc é a possibilidade de segmentar as grandes bacias urbanas em sub-bacias. “A segmentação é importante nos casos em que a ocupação do solo e a distribuição das precipitações não são uniformes”, defende.

Enquanto os modelos hidrológicos verificam a vazão, os modelos de simulação hidráulica mostram para os engenheiros, com exatidão, a capacidade que cada bacia tem de drenar as águas pluviais. A modelação matemática é, atualmente, instrumento indispensável para a engenharia hidráulica aplicada à drenagem urbana. “Em alguns casos é possível determinar até a altura que a enchente vai atingir”, conta Mitsuyoshi.

A Cobrape utilizou o modelo matemático de simulação hidráulica CLiv nos estudos das bacias da capital mineira. O CLiv também foi desenvolvido pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica e pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Jane Cristina lembra que, em Belo Horizonte, o modelo foi aplicado a uma rede de canais de macrodrenagem de mais de 230 km e, com ele, os técnicos puderam visualizar, em planta, as áreas inundáveis da cidade.

A Carta de Inundações de Belo Horizonte, que nasceu desses estudos e simulações matemáticas, continuará sendo uma referência para o planejamento das obras e ações de prevenção a enchentes na cidade por muito tempo. Ricardo Aroeira revela que o prefeito Marcio Lacerda solicitou à sua equipe, neste início de ano, um elenco das novas obras importantes para esse enfrentamento. “Com certeza, a Carta de Inundações será consultada”, afirma.


CONHEÇA TAMBÉM o estudo de Concepção e Implantação de Modelo de Gestão Integrada das Águas Urbanas em Belo Horizonte que a Cobrape está desenvolvendo para o Programa DRENURBS.


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