No bairro paulistano de Heliópolis, crianças aprendem a lidar com o meio ambiente e com suas novas casas, praças, ruas e equipamentos públicos de um jeito diferente.
O assistente social se transforma em caipira e, com o uso de técnica e linguagem teatral, inicia um diálogo com a gestora ambiental. É o suficiente para atrair a atenção da garotada para temas como a disposição do lixo, o consumo de água e energia elétrica e outros que, se fossem tratados de maneira convencional, provavelmente arrancariam bocejos - e não risadas - das crianças.
O uso de intervenções teatrais apoia o trabalho socioeducativo realizado pela Cobrape no programa de urbanização de Heliópolis, conduzido pela Secretaria Municipal de Habitação da prefeitura de São Paulo. O programa está beneficiando cerca de 60 mil moradores da região, que já foi considerada a maior favela do Brasil.
Segundo José Aparecido de Souza, assistente social da Cobrape que interpreta o caipira, o teatro facilita a assimilação dos processos que envolvem a relação entre o homem e a natureza. "São atividades lúdicas, que estimulam a criatividade e contribuem para o desenvolvimento das habilidades naturais de cada indivíduo", afirma.
Para a gestora ambiental Luana Oliveira, da equipe da Cobrape, o trabalho tem se mostrado eficaz nesta fase de pós-ocupação, quando as questões ambientais e a conservação dos condomínios exigem das crianças e dos adolescentes novos hábitos e nova postura. "Nosso trabalho se inspira na Ecopedagogia, na busca pela sustentabilidade. Queremos contribuir para a formação cidadã dessas crianças, estimular valores como o respeito ao próximo e à natureza e a cultura de paz", conta Luana.
Estão previstas para o ano de 2010 intervenções teatrais realizadas pelas próprias crianças, incluindo a produção de cenário e figurino a partir da reutilização de materiais descartáveis.
Saiba mais sobre o trabalho de gerenciamento social que a Cobrape realiza nos programas da Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo