Desde que o Programa de Uso Racional da Água da Sabesp (PURA) foi implantado em 644 escolas municipais de São Paulo, em junho de 2008, a economia de água já chegou a 70 milhões de litros por mês.
Vale dizer que essas escolas são responsáveis por garantir água para abastecer mais de 16 mil pessoas. "Na região metropolitana de São Paulo não tem água para todo mundo, mas se todos reduzirem o consumo no dia a dia, vai ter água para abastecer essa população", resumiu o diretor da Metropolitana da Sabesp, Paulo Massato, no evento de apresentação dos resultados do PURA nas escolas da prefeitura de São Paulo, que aconteceu no dia 23 de outubro, na sede da Sabesp.
O PURA, criado em 1996, promove o uso racional da água atuando em duas frentes - tecnológica e educacional. As ações compreendem a detecção e correção vazamentos, a instalação de equipamentos economizadores de água e campanhas de educação ambiental.
Os resultados do programa mostram que o uso racional da água também traz benefícios para a saúde financeira da educação. Segundo o engenheiro José Carlos Vieira, superintendente de Gestão de Empreendimentos da Metropolitana da Sabesp, a redução da conta de água das escolas foi, em média, de R$ 2.000,00 por mês. Vieira ainda destacou a importância do Programa para o aumento da disponibilização hídrica na rede e explicou que, com o PURA, as escolas de São Paulo acabaram se tornando uma espécie de "ETA virtual".
Educação para o consumo
A representante da secretaria municipal de Educação de São Paulo, Vera Lúcia de Almeida, ressaltou o "trabalho pedagógico" que foi realizado dentro das escolas durante a implantação do PURA. "Mais do que executar um serviço de qualidade, foi feito um trabalho educacional nas escolas - as crianças levam para casa os conhecimentos e isso gera um efeito em cadeia, que é o que nós esperamos desse Programa", declarou.
Ramon Velloso de Oliveira, engenheiro da Cobrape que coordena os contratos do PURA, fez uma exposição sobre a implantação do programa e detalhou o componente educacional. Em cada escola, são realizados cursos voltados para a formação de gestores, controladores e multiplicadores. Participam dos cursos os diretores e seus assistentes, professores, coordenadores pedagógicos e assistentes técnicos. "O objetivo é somar conhecimentos específicos sobre a questão do uso racional da água à grande experiência que esses profissionais possuem em suas áreas de trabalho", explicou Ramon.
O consórcio formado pela Cobrape, Etep e JNS é responsável pela implantação do PURA nas escolas do Butantã, Santo Amaro, Campo Limpo e Capela do Socorro.
Cobrape é parceira da Sabesp na implantação do PURA
A Cobrape já implantou o PURA no Teatro Municipal, na sede da prefeitura de São Paulo - edifício Matarazzo, nos edifícios Martinelli e São Joaquim, na Universidade de São Paulo, no Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), em unidade do Lar Batista e também na sede do governo paulista, o Palácio dos Bandeirantes.
Em todos esses edifício, o Programa superou a meta de 10% de economia. De acordo com o engenheiro Ramon, esse é um aspecto inovador do Programa, que é norteado por índices de performance. "A Cobrape, quando implanta o PURA, tem seis meses para atingir o patamar mínimo de 10% de economia de água no edifício; a remuneração da empresa é condicionada ao resultado do Programa", explica.
Mesmo em edifícios com estruturas mais complexas, como é o caso do Teatro Municipal, construído em 1911, o PURA tem sido implantado com sucesso. Nesse caso, a economia foi de 12%. No edifício Matarazzo, projetado em 1938, o PURA fez a prefeitura de São Paulo poupar 38% em sua conta de água.
Ampliação do PURA
Até o final de 2010, a Sabesp pretende implantar o PURA em 1.299 imóveis da secretaria municipal de Educação de São Paulo. O programa já beneficia 950 imóveis públicos e privados em todo o Estado de São Paulo, gerando economia mensal de 210 milhões de litros de água, o suficiente para abastecer uma cidade de 46 mil pessoas.
Saiba mais sobre o PURA nas escolas de São Paulo
