Uma das preocupações da Secretaria de Habitação da prefeitura de São Paulo é a sustentabilidade dos bairros que estão se formando a partir do Programa de Urbanização de Favelas.
Intervenções urbanísticas como pavimentação de ruas, a implantação de redes de água e esgoto, obras de drenagem e instalação de equipamentos sociais que transformam favelas em bairros não bastam para integrar as comunidades à cidade formal. "A transformação física deve ser acompanhada da mudança de comportamento", diz Nailer Rodrigues, coordenadora de Geração de Emprego e Renda da área de Políticas Públicas Sociais da Cobrape. Promover essa mudança é uma das tarefas do trabalho social aplicado a programas de urbanização de favelas.
Nailer explica que, na cidade de São Paulo, o Plano de Trabalho Social tem como princípio metodológico a participação e organização da comunidade com o objetivo de garantir a sustentabilidade dos empreendimentos conquistados e a preservação ambiental da área urbanizada. "Buscamos o compromisso dos moradores com o futuro do bairro utilizando um processo de educação com ênfase nas questões sanitárias e ambientais", diz.
Para Nailer, um projeto habitacional de interesse social que não desenvolve o componente educação sanitária e ambiental está fadado a perpetuar as condições que caracterizam as áreas de habitação subnormal, como o acúmulo de lixo em locais indevidos e a depredação dos espaços coletivos, por exemplo.
Política nacional, resultado local
As ações de educação sanitária e ambiental que a Cobrape desenvolve na Capital paulista foram planejadas em sintonia com o que determina a Política Nacional de Educação Ambiental e beneficiam crianças, jovens e adultos no dia a dia do Programa de Urbanização de Favelas da Secretaria de Habitação da Prefeitura de São Paulo.
No final de dezembro, as equipes sociais da Cobrape que permanecem nas áreas em urbanização fizeram um balanço das atividades do mês para mostrar como acontece, na prática, a educação sanitária e ambiental. "Um processo demorado - como todo processo educativo - que apresenta resultados de longo prazo e, o mais importante, definitivos", pondera a coordenadora do trabalho.
Veja abaixo algumas ações
Tiro ao Pombo
Implantação do Projeto de Coleta de Materiais Recicláveis com os catadores que residem no bairro. Os catadores foram capacitados por técnicos da área de resíduos sólidos.
Jardim Guarani
As crianças do Jardim Guarani visitaram a Sabesp e participaram de palestra sobre o processo de tratamento de água e esgoto.
Outra atividade direcionada ao público infantil foi a apresentação de peça teatral sobre reciclagem, evento produzido em parceria com a Limpurb.
Grupo de moradores participou de palestra sobre o uso racional de energia elétrica e prevenção de acidentes que envolvem energia. A atividade foi conduzida por técnicos da Eletropaulo.
Paraisópolis
Técnicos da Cobrape responsáveis pelas atividades de educação sanitária e ambiental promoveram um encontro entre os Agentes Ambientais de Paraisópolis e Jardim Iporanga no Parque Guarapiranga, com objetivo de integração e troca de experiências. A ideia do projeto é formar continuamente agentes ambientais na própria comunidade.
Heliópolis
Na Gleba K de Heliópolis, que passa por uma fase intensa de obras de infraestrutura, o trabalho socioeducativo se voltou para a questão da segurança dos moradores durante o período de obras e para os impactos ambientais das intervenções.
Também teve início o trabalho de pós-urbanização. A equipe social realiza reuniões com as famílias da área para a discussão de temas como a organização condominial, a convivência coletiva e a preservação do condomínio.