O 3º Seminário Sistemas de Energia Solar Fotovoltaica em Prédios Públicos de São Paulo, promovido pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Meio Ambiente, reuniu, no último dia 4 de dezembro, representantes de empresas estatais, universidades e centros de pesquisa de vários estados do País para apresentarem suas experiências no uso desses sistemas e para conhecerem as conclusões do estudo patrocinado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sobre o potencial e a viabilidade técnica e econômica de sua implantação em edifícios da administração pública paulista.
O estudo, realizado pelo Consórcio Nippon Koei LAC-Cobrape, teve como base uma amostra de 6.833 imóveis distribuídos por todo o Estado.* Foram utilizados os endereços de cada unidade para medir a irradiação solar específica em função da área disponível. Com base nos cálculos realizados, concluiu-se que devem ser priorizados investimentos em imóveis com consumo em baixa tensão. O Estado de São Paulo tem ótimos fatores de irradiação solar em todo seu território, com maior incidência nas áreas norte e noroeste. Também há influência relevante da tarifa de energia aplicada pela concessionária e da restrição de compensação apenas em área atendida na concessionária onde houver a geração.
As conlusões do estudo foram confirmadas no monitoramento, pelo período de 12 meses, de projetos-piloto instalados em dois prédios da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) para avaliação da geração energética e do desempenho dos sistemas: o primeiro no Município de Guaíra, no norte paulista, onde ocorre uma das maiores irradiações solares do Estado; e o segundo em São Vicente, no litoral, em área de intensa pluviosidade e umidade – condições que reduzem a irradiação solar. As instalações foram realizadas com o mesmo número de módulos e capacidade nominal instalada de 6,8kWp.
Exemplo do Setor Público
O especialista em Energia do BID, Arturo Alarcon, lembrou, em sua apresentação no Seminário, que há três anos, quando foi firmado um Acordo de Cooperação Técnica entre o Banco o governo de São Paulo para o desenvolvimento da geração distribuída com energia renovável, havia no Estado apenas algumas dezenas de instalações de sistemas de energia solar fotovoltaica, e agora ultrapassam 200 mil unidades com crescimento muito acelerado. Mas, segundo ele, “ainda é pouco considerado o potencial existente” em especial para os edifícios públicos. Alarcon acredita que a iniciativa do poder público é fundamental e deve servir de exemplo para toda a sociedade.
*O estudo foi coordenado por Sávio Mourão Henrique, Aurélio Souza e Rodrigo Poppi. Ver em: https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/energia-fotovoltaica/relatorios/