Luis Eduardo Grisotto chefia equipe multidisciplinar da Cobrape envolvida no gerenciamento das obras
Os trabalhos do trecho Norte do Rodoanel Mário Covas prosseguem dentro do mais elevado padrão de gerenciamento exigido pela Dersa – Desenvolvimento Rodoviário S.A. e os três financiadores da mais importante obra rodoviária em execução no Brasil: BID, governo estadual paulista e governo federal. O gerenciamento do projeto junto ao Banco é realizado pela Cobrape, consultoria responsável por mais de 600 projetos de infraestrutura no Brasil e vencedora da licitação para coordenar as complexas atividades envolvidas nesse empreendimento.
Em abril, uma equipe de conselheiros do BID veio a São Paulo vistoriar o empreendimento. O trecho, de 47,4 km, passa ao norte da capital paulista, fechando o anel rodoviário. Os outros três segmentos já estão concluídos. Além da visita in loco às obras, a comitiva recebeu informações do Sumário Executivo produzido pela equipe do consórcio Cobrape-APPE. Trata-se de um extenso e detalhado documento que, ilustrado com gráficos, planilhas, mapas e fotos, resume os avanços da obra, complementando relatórios sistemáticos produzidos ao longo do tempo.
"Entregamos um conjunto de informações gerenciais e estratégicas que permitem aos responsáveis do BID e Dersa total controle sobre o andamento dos trabalhos de engenharia civil mais ações sociais e ambientais relacionadas”, afirma o engenheiro Luis Eduardo Grisotto, responsável da Cobrape na Unidade de Coordenação do Projeto (UCP), vinculada à Dersa e responsável perante o BID por coordenar a execução administrativa, financeira, contábil e técnica do projeto em execução.
Atualização
Dentre os itens apresentados ao BID constam os seguintes procedimentos e programas:
- Situação das obras, aspectos técnicos, sociais e ambientais
- Contratações e aspectos financeiros
- Arranjo institucional para a implementação do empreendimento
- Cronograma de execução
- Status dos programas do picenciamento ambiental, incluindo-se ações de comunicação social, planejamento ambiental, segurança operacional e saúde na construção, desapropriações e indenizações, compensação social e reassentamento involuntário, resgate arqueológico e preservação do patrimônio arqueológico, histórico e cultural, conservação de fauna e flora, entre outros.
Qualidade
O Rodoanel Norte recebe US$ 1,148 bilhão do BID, aproximadamente um terço do valor total previsto para esse trecho de rodovia. Trata-se do maior volume de recursos concedido pela instituição a uma só obra. O BID é uma organização financeira multilateral e, atualmente, e apontado como o maior banco regional de desenvolvimento em nível mundial. Dirigido pelo colombiano Luis Alberto Moreno, tem uma carteira de empréstimos aprovada de US$13 bilhões (2014).
Luis Eduardo Grisotto, que já atuou em outros projetos financiados pelo BID, lidera a equipe multidisciplinar da Cobrape composta por engenheiros, administradores, ambientalistas, sociólogos, psicólogos e profissionais com outras especialidades exigidas. "O mais importante é participar e poder contribuir, de maneira qualificada, em um mega empreendimento extremamente complexo, com uma série de questões ambientais e sociais que demandam um time bem afinado e modernos sistemas informáticos. O grande trunfo da Cobrape é compreender essa complexidade e enfrentar seus desafios, conseguindo organizar e retornar todo esse arcabouço em forma de relatórios, eventos, agendas, etc., com seriedade e excelência gerencial", avalia.
Cantareira
Atento às questões ambientais levantadas acerca da construção do Rodoanel Norte, Grisotto defende as concepções adotadas, inclusive no que tange à preservação do Cantareira. "O principal reservatório da Região Metropolitana de São Paulo fica a montante do traçado da rodovia. Todos os cursos de água que atravessarão o Rodoanel Norte recebem, atualmente, proteção e monitoramento intensivo em 38 pontos, o que antes não existia. Vejo a obra como benéfica ao meio ambiente", comenta.
O trecho Norte, previsto para ser entregue em 2017, terá sete túneis, especialmente em regiões de preservação. O trecho em obras desenvolve-se a partir do final do Trecho Leste, entre o trevo de interseção com a Rodovia Presidente Dutra e a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães (início do trecho Oeste), interligando com o Aeroporto Internacional de Guarulhos e a Rodovia Fernão Dias. Passa por São Paulo, Guarulhos e Arujá.
Dentre seus benefícios, figuram: desviar e distribuir o tráfego de passagem, sobretudo de caminhões, para o entorno da RMSP, principalmente na ligação entre o Norte e Sul do País, melhorando o fluxo nas marginais e tendo como consequência a melhoria do trânsito dos veículos de transporte coletivo e individual; permitir o acesso mais ágil ao Porto de Santos; redefinir a plataforma logística de transportes da RMSP de radial para anelar; diminuir o tempo gasto nos congestionamentos, os gastos com combustível e, consequentemente, a emissão de poluentes; redução de 23% do VDM (volume diário médio) de caminhões na marginal Tietê.
