Ester Minga

Nesta segunda-feira, 23 de maio, houve a segunda fase da entrega de unidades habitacionais aos moradores do Jardim das Rosas, na zona sul da cidade de São Paulo. Seis blocos, de dez unidades cada, tiveram suas chaves concedidas pelas assistentes sociais às famílias que há dois anos viviam sob o auxílio do aluguel social.
Na primeira fase, ocorrida em dezembro do ano passado, sete blocos foram disponibilizados para moradia imediata. Além do Jardim das Rosas, unidades também foram entregues e estão sendo construídas no Jardim Irene e Parque Fernanda.
Integrante do Programa de Urbanização de Favelas da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), sob gerenciamento social da Cobrape, a entrega das unidades é resultado da fase final de um processo iniciado em 2008. Primeiro, os técnicos cadastraram as famílias que moravam em áreas de risco. Os prédios concluídos e a serem entregues nas três comunidades estão localizados sob trechos canalizados do Córrego Pirajussara, onde moradias insalubres ocupavam suas margens e, em muitos casos, avançavam para a água em espécie de palafitas.
Para que essas moradias fossem demolidas e se iniciassem as obras, foi concedido um auxílio financeiro, chamado de aluguel social, às famílias e deram-se início às reuniões mensais de pré-ocupação. Nestas, assistentes sociais começaram um trabalho de conscientização sobre o que é viver em um condomínio e como se deve agir.
Pouco antes da entrega, foram escolhidos pelos futuros moradores de cada bloco um representante, um tesoureiro e um secretário. Isso, após a instrução sobre a necessidade deles no bom funcionamento de um prédio. Enquanto o representante é uma espécie de síndico do condomínio; o tesoureiro é o responsável por recolher de cada morador a taxa condominial, referente às contas de água e esgoto de uso comum, entre outros; e o secretário cuida das atas das reuniões.
Durante a entrega das chaves, também foi dado ao titular de cada apartamento um Manual do Morador e um Manual do Condomínio, elaborados pela Cobrape. Reuniões mensais, agora de pós-ocupação, também prosseguirão.
Um Parque, denominado Caminho Verde, será construído no entorno dos conjuntos, com área verde, calçadão, parquinho para as crianças e equipamentos de ginástica. Quando ele estiver concluído, a Cobrape objetiva disponibilizar durante um mês um professor de ginástica aos moradores para que eles aprendam a utilizar os equipamentos e, definitivamente, ocupem o espaço.
No Parque Fernanda, onde já há um, os moradores, além de utilizarem seu espaço para caminhar, andar de bicicleta, levar os filhos para brincar no parquinho e fazer exercícios nos aparelhos, também o usam durante a participação em oficinas e cursos. ONGs como a Sou da Paz promovem aulas de basquete e skate para os jovens, entre outros.

Programa Urbanização de Favelas
Além da entrega de apartamentos para famílias cuja moradia era insalubre, e o que envolve esse processo (as reuniões mensais de pré-ocupação, por exemplo), o programa de Urbanização de Favelas envolve inúmeras outras ações. Entre elas: a pavimentação de ruas, a instalação de redes de água, esgoto e luz, cursos profissionalizantes e encontros para organização comunitária e conscientização ambiental.
As ações da Cobrape no Jardim das Rosas, Jardim Irene e Parque Fernanda têm se articulado justamente a partir desses três eixos:
• Geração de Trabalho e Renda. Envolve os cursos profissionalizantes de garçom e zeladoria já ocorridos;
• Mobilização e Organização Comunitária. As reuniões de pré e pós-ocupação e a escolha de uma representação para cada condomínio se inserem aí;
• Educação Sanitária e Ambiental. De forma a coibir a permanência de antigos costumes arraigados dos moradores, como o de jogar lixo no córrego, encontros de conscientização são promovidos.